Mercado do Ensino Musical

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Tenho observado muitas mudanças no mercado de aulas de música, principalmente aqui em Curitiba, onde resido. A procura por aulas tem aumentado significativamente e pelos mais variados motivos.

Em proporção igual, a disponibilidade de professores vem diminuindo, pois existem mais propostas de trabalho nos mais variados tipos de trabalho referentes à música. E a quantidade de escolas de música tem expandido na mesma proporção. Causando uma necessidade de mais professores bem preparados.

Com as mudanças econômicas do país, acho que mais pessoas tiveram acesso a possibilidade de estudar música em escolas particulares de música, isso aumentou o mercado de uma maneira bem substancial. Onde trabalho como coordenador pedagógico é uma escola que tinha um perfil de público mais elitizado com mensalidades caras e professores muito bem preparados, agora vejo uma perfil socioeconômico diferenciado se matriculando nas aulas de instrumento musical, são mais pessoas tem acesso a um trabalho musical de maior qualidade.

Fico feliz com esse acesso e acho que o país estará ganhando com isso, pois o que precisamos é de mais educação e cultura para toda a população. Quando as artes voltam a escola, quando as artes retornam a formação do ser humano e médio prazo teremos uma sociedade melhor. Sempre digo que a escola tem o seu berço na arte, mas aqui no Brasil durante muito tempo a arte foi expulsa da escola regular e isso contribui muito para termos problemas muitos sérios na formação do ser humano. Mas isso está mudando, tanto no contexto político da educação, quanto na busca das pessoas em muitas vezes pagar para ter acesso ao essencial.

Outro fator que vem estimulando muito os pais a matricularem seus filhos em aulas de música é o fato das ciências estarem a todo o momento se referindo a música como um grande fator de desenvolvimento para as crianças. A neurociência sempre está trazendo a mídia novas pesquisas de desenvolvimento e colocando a linguagem musical como um fator de importante desenvolvimento para o cérebro humano. Então a musicalização infantil até 7 anos teve um grande “boom” com a inserção dessas informações aos pais, que hoje tendo menos filhos e querendo investir o máximo na formação de seu único filho, procuram dar tudo que estiver a seu alcance. Hoje temos um aumento substancial de alunos na musicalização infantil e diferente de outrora, não precisamos convencer ninguém da importância da formação musical para o desenvolvimento do ser humano como um todo, eles já vem de casa com essa opinião formada.

A mídia como um todo tem divulgado a formação musical como uma importante contribuição e por outro lado as redes de TV vêm investindo em novos talentos, criando concursos e festivais musicais que descubram novos talentos para serem divulgados pelas grandes redes e selos musicais, criando a opção de ser um PopStar sem grandes esforços.Os programas de TV, que tem mostrado que existem muitos talentos escondidos na população e que esses talentos podem ser descobertos, ajudam a incentivar a busca de alguns por um aprimoramento musical para alcançarem o Sucesso.

Os instrumentos musicais também ficaram mais acessíveis e com tecnologias que fazem instrumentos baratos ter uma boa sonoridade, deixou as pessoas mais perto da possibilidade de ter um instrumento musical razoável e fazer música sem grandes investimentos iniciais, a possibilidade de ter um instrumento em casa está trazendo mais alunos as escolas.

E um último motivo que tenho observado é que as pessoas estão querendo ser mais felizes e com isso querem investir em seus sonhos, em seus desejos e muito adulto que outrora tinha até receio de se expor nas aulas de música, agora o faz sem temor. Enxergam a possibilidade de fazer aulas de música que outrora só era possível para crianças de pouca idade. Eu mesmo já matriculei vários alunos que vieram de outras escolas dizendo que estavam com muita idade para começarem aulas de música. Ainda vejo muitas pessoas com comentários que me assustam, música é para todos e em todas as idades.

Mas o que me deixa um pouco preocupado é a quantidade de profissionais sem uma preparação devida querendo ser professor de música, isso é alarmante e precisa ser fiscalizado, pois é incrível como isso está repleto pelo mercado e fazendo muito mal na formação dos nossos alunos de música.

Tem uma escola de música perto de sua casa ou no caminho do seu trabalho, pare, entre e faça música, você verá que faz muita diferença na vida.

Neyde Thomas

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Hoje perdemos uma das maiores celebridades de Curitiba, Neyde Thomas, a grande professora de Canto Lírico que lançou alunos para o mundo todo.

Descanse em Paz.

Neyde Thomas

Quando faz diferança….

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Estudar música faz diferença. Vejo muitos alunos melhorando a sua qualidade de vida dedicando um pouco do seu tempo para fazer atividades que lhe dêem prazer.

Fazer música pode ser uma forma de mudar a rotina massacrante do seu dia. Imagina poder tocar aquela música que você adora ouvir, mas não imaginava que era possível ser tocada por você mesmo.

Fim do dia e aquela penumbra do sol já se escondendo e você sentando ao piano para tocar músicas que mexem com você.

Isso é possível, procure um professor e comece a tocar seu instrumento predileto com o repertório que mais lhe agrada.

Não deixe para amanhã. Fazer faz a diferença.

Aulas de Música para Bebês.

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Em meus atendimentos aos pais que tem interesse em aulas para Bebês surge sempre a dúvida: Do que se trata essa aula para Bebês?

Primeiramente a palavra aula não cabe muito bem, mas como se trata de escola e professor, ainda é a melhor forma de se chamar esse encontro semanal rico para esses pequeninos. As criança nesse período não estarão aprendendo música, a música que é utilizada para ajudar no seu desenvolvimento.

A Aula para Bebês consiste em trabalhar os estímulos para o desenvolvimento para crianças abaixo de 3 anos, criando um desenvolvimento neurológico através de construções cerebrais com mais sinapses. Num período onde o ser humano está com o cérebro totalmente aberto a toda experiência que lhe proporcionarem, as aulas são importantes para que se estimule a criança de forma sistemática e pensada por profissionais dessa área.

As aulas para Bebês em música poderá estimular seu filho a desenvolver muitas habilidades necessárias para esse momento que ele vive, entre elas: concentração, disciplina, linguagem, coordenação, vínculo com seu acompanhante,expressividade, sociabilidade, criatividade, sensibilidade e aguçar seu ouvido para os elementos musicais como melodia, ritmo, timbres, canto e harmonia.

A música é a ferramenta para que esses estímulos aconteçam e de forma gradativa e muito lúdica a criança é encaminhada a linguagem musical, que poderá ou não depois fazer parte de sua infância. Esses estímulos através da música farão muitas diferenças no seu desenvolvimento, principalmente para as características de família que temos nos dias de hoje, onde as crianças tem pouco contato com outras crianças dentro de casa e os pais pouco tempo para brincadeiras com seus filhos.

Antigamente com muitos irmãos e famílias muito grandes e onde todos se reunião com frequência esse desenvolvimento acontecia naturalmente com irmãos e primos. As brincadeiras era mais ao ar livre ricas musicalmente e cheias de criatividade uma ajudava no desenvolvimento do outro. Com o surgimento de famílias menores e com as pessoas vivendo em apartamentos e muitas vezes isoladas as crianças perderam essa forma de se desenvolver, por isso a importância no investimento de tais atividades para os filhos.

Esse encontro semanal, regada a muita música e brincadeiras lúdicas, com muitos brinquedos, cantorias, movimentos e experimentos faz com que a criança acompanhada dos seus pais desfrute de momentos raros em nossos dias. A intensão do professor é primeiro estimular os pais a executarem a atividade que logo seu bebê estará fazendo por imitação ou somente por observação e muitas repetindo isso em casa de forma espontânea. Muito importante que os pais participem, pois eles são o modelo de desenvolvimento para criança e no momento da aula são os pais e não o professor o condutor da aula para o filho.

É um momento de muito carinho entre a mãe ou o pai e seu bebê, onde a criança vai sendo estimulada ao seu desenvolvimento psico-motor de forma recompensadora, agradável e muito rica tanto para ela como para seus pais. E serve de modelo para que os pais façam em casa com seus filhos a continuidade dessa aula, brincando, cantando e passando mais tempo junto do seu rebento.

A atividade deve ser orientada por um professor bem formado, preparado e identificado com essa aula. A aula deve ser rica de músicas e brinquedos que se tornarão com o passar do tempo em instrumentos musicais e com linguagem própria para a faixa etária, pois a melhor avaliação dessas atividades é a participação da criança.

Esse tipo de aula pode ser iniciada com a criança ainda no ventre da mãe e se prolongar até os 3 anos de idade, que é quando a criança já está preparada para ficar sozinha com o professor em sala de aula e começar ainda de forma lúdica a linguagem musical, onde chamamos de musicalização infantil.

Procure uma escola de música perto de você onde exista aulas para bebês e experimente e depois comente aqui nesse blog sua experiência.

Obrigado

Marcos Milléo

O Mediano é o que se deseja.

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Hoje o ensino musical está muito ligado a Educação Musical e ao Entretenimento. O prazer de tocar um instrumento e a possibilidade de com poucos conteúdos musicais o aluno já poder tocar tudo que faz parte do seu mundo musical, tem trazido uma democratização no ensino musical. Não precisa ter talento musical e nem horas de estudo de instrumento para se fazer alcançar os desejos musicais da maioria dos alunos. Como em tudo na vida temos uma lado bom e um lado ruim…

Dessa forma e dentro da minha realidade de trabalho, vejo que os alunos que desejam ou sonham se tornar profissionais da música tem diminuído muito. E se torna raro aquele que deseja profissionalizar buscando o máximo de conhecimento e da técnica instrumental. Pois para isso existe duas coisas muito raras nos dias de hoje, tempo e dedicação.

Isso é muito relacionado a mediocridade: “mediano, ordinário, insignificante, vulgar, sem mérito, aquele que está entre mau e insuficiente” estamos vivendo numa sociedade onde alcançar a média já está ótimo.

A mediocridade está em voga e o foco é esforço zero com o máximo de rendimento. Segundo Marcos Meier estamos vivendo uma Síndrome da Mediocridade.

As artes estão muito afetadas por essa nova Síndrome que impera em nossa sociedade, pois nas artes o esforço é o máximo e as vezes vemos os resultados, mas essa busca pelo Belo é que faz das artes a maior evolução do ser humano. Como será o futuro?

Cada dia vejo mais os alunos procurando fazer tudo numa média muitas vezes nivelado pelo mínimo e isso não fará ele tocar o instrumento musical com o máximo do potencial humano. A busca é tocar aquilo que é simples e sem muito esforço e se algum esforço for exigido logo a desistência é certa. As famílias não incentivam ao esforço máximo em uma determinada coisa, as crianças fazem muita coisa, muitas atividade e compromissos, mas de forma medíocre. Amplia-se a visão do todo e não se foca em uma determinada aptidão. Dentro dessa análise não consigo ver se o ser humano está ganhando com isso, mas tenho certeza que as Artes estão perdendo grandes talentos.

O conhecimento não é o foco quando se procura um professor de música e sim o milagre. O milagre de fazê-lo tocar aquilo que ele deseja no menor tempo possível e da forma mais simples possível. Isso acontece também com aqueles que querer se profissionalizar e a busca é pelo mínimo. Precisando ganhar dinheiro com o mínimo de conhecimento e quando sente falta do conhecimento procura a ajuda de um profissional que resolva os problemas dele sem exigir maiores esforços. Cada vez pessoas menos preparadas e com a missão de passar isso adiante.

Vejo que com esse panorama o futuro do desenvolvimento musical e da técnica instrumental será minimalista e quase nula. Aquilo que se acalçou no passado nem pode ser reproduzido novamente e as grandes obras serão registrados por poucos ou quase ninguém.

Mas eu não tenho essa visão de toda a humanidade, é uma visão restrita a uma parte da sociedade de onde vivo e não sei se ela espelha as mudanças que estão acontecendo com o Homem e não imagino que no mundo isso também esteja acontecendo de forma sistemática, se for o caos nas artes está profetizado.

 

….de volta pra Escola.

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Apartir de agosto de 2011 a música retorna de um local que nunca deveria ter saído , a Escola.  A Escola é o berço do conhecimento e aonde ele se desenvolve com toda a sua potencialidade. A Música fora da escola nesse período fez com que a linguagem musical fosse esquecida e a música como um todo empobrecida, apesar de toda a nossa riqueza cultural.

Levará muitos anos até que possamos colher os frutos desse desenvolvimento, mas ele tem que começar a ser feito e ser muito bem amparado pelas autoridades e orientado na escolha dos conteúdos e seu desenvolvimento.

Agora a Escola, os Diretores, Coordenadores e Professores terão que aprender a conhecer o que é a Música e todas as sua potencialidades de exploração. Mas tenho certeza de que é muito diferente do que passa na cabeça de qualquer Educador que seja leigo a essa linguagem e espero que todos aprendam rápido, pois as Artes são revolucionárias e a música tem essa força.

Música não é eventos escolares, datas comemorativas, festa junina, folclore…. Música é linguagem e é assim que a escola deve começar a enxergar essa nova lei 11.769.

A grande diferença estará na elaboração dos conteúdos pelo MEC, no desenvolvimento dele pelas coordenações da Escola e na aplicação desses por um profissional da área.

Nós músicos muito esperamos desta nova lei, que trará novamente a música para dentro da Escola. Foram 40 anos que a linguagem musical se afastou da escola e com esse afastamento a música se marginalizou, se tornou somente um produto comercial e de eventos.

O retorno da música nas escolas deverá acontecer de muitas maneiras e muitas experiências serão tentadas , muitos irão por caminhos diferentes, alguns serão extremamente tradicionais, outros radicais modernos, alguns serão rigorosos como um regente russo e outros tentarão serem libertários da linguagem. Tudo isso é normal se tratando de uma novidade, pois da experiência de 50 anos atrás nada se aproveitará. O que sei é que a soma de toda essa tentativa de se fazer o melhor surgirá conteúdos maduros e experiencias musicais de muito orgulho e no final quem saira ganhando são os alunos que serão adultos melhores e espero com muita informação musical para fazerem suas vidas diferentes, principalmente na filtragem do que entrará pelos seus ouvidos.

Mas de tudo que aconteça o que eu mais gostaria que realmente desse certo é que a linguagem musical faça parte desse ensino de forma a não termos mais nesse Brasil analfabetos musicais e que a opção de tocar um instrumento seja de todos e aqueles que optarem por tocar, o façam conhecendo sua linguagem.

Já consigo perceber muitas escolas particulares se adiantando e contratando professores, com projetos de fazer a música um diferencial nos seus curriculos. Mas como tudo nessa vida existe o momento da euforia, da novidade, depois vem um período afastamento e só então a maturidade. Para que todos se beneficiem dos ganhos e vantagens de uma boa educação musical nas escolas temos que esperar essa maturidade.

Boa acolhida à Música nas Escolas.

Camelos também choram

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Recebi de minha aluna Rosane Zanetti e resolvi dividir com todos. Espero que as referencias estejam corretas.

“CAMELOS TAMBÉM CHORAM

Affonso Romano de Sant’Anna

Eu tinha lido que, lá na Índia, elefantes olhando o crepúsculo, às vezes, choram. Mas agora está aí esse filme “Camelos também choram”. A gente sabe que porcos e cabritos quando estão sendo mortos soltam gemidos e berros dilacerantes. Mas quem mata galinha no interior nunca relatou ter visto lágrimas nos olhos delas. Contudo, esse filme feito sobre uma comunidade de pastores de ovelhas e camelos, lá na Mongólia, mostra que os camelos choram, mas choram não diante da morte, mas em certa circunstância que faria chorar qualquer ser humano. E na plateia, eu vi, os não camelos também choravam.
Para nós, tão afastados da natureza, olhando a dureza do asfalto e a indiferença dos muros e vitrinas; para nós que perdemos o diálogo com plantas e animais, e, por consequência, conosco mesmos, testemunhar com aquela bela família de mongóis o nascimento de um filhote de camelo e sua relação com a mãe é uma forma de reencontrar a nossa própria e destroçada humanidade.

É isto: eles vivem num deserto.Terra árida, pedregosa. Eles, dentro daquelas casas redondas de lona e madeira, que podem ser montadas e desmontadas. Lá fora um vento permanente ou o assombro do silêncio e da escuridão. E as ovelhas e carneiros ali em torno, pontuando a paisagem e sendo a fonte de vida dos humanos.
Sucede, então, que a rotina é quebrada com o parto difícil de um camelinho. Por isto, a mãe camela o rejeita. O filho ali, branquinho, mal se sustentando sobre as pernas, querendo mamar e ela fugindo, dando patadas e indo acariciar outro filhote, enquanto o rejeitado geme e segue inutilmente a mãe na seca paisagem.
A família mongol e vizinhos tentam forçar a mãe camela a alimentar o filho. Em vão. Só há uma solução, diz alguém da família, mandar chamar o músico. Ao ouvir isto estremeci como se me preparasse para testemunhar um milagre. E o milagre começou musicalmente a acontecer.
Dois meninos montam agilmente seus camelos e vão a uma vila próxima chamar o músico. É uma vila pobre, mas já com coisas da modernidade, motos, televisão, e, na escola de música, dentro daquele deserto, jovens tocam instrumentos e dançam, como se a arte brotasse lindamente das pedras.
O professor de música, como se fosse um médico de aldeia chamado para uma emergência, viaja com seu instrumento de arco e cordas para tentar resolver a questão da rejeição materna. Chega. E ali no descampado, primeiro coloca o instrumento com uma bela fita azul sobre o dorso da mãe camela. A família mongol assiste à cena. Um vento suave começa a tanger as cordas do instrumento. A natureza por si mesma harpeja sua harmônica sabedoria. A camela percebe. Todos os camelos percebem uma música reordenando suavemente os sentidos. Erguem a cabeça, aguçam os ouvidos, e esperam.
A seguir, o músico retoma seu instrumento e começa a tocá-lo, enquanto a dona da camela afaga o animal e canta. E enquanto cordas e voz soam, a mãe camela começa a acolher o filhote, empurrando-o docemente para suas tetas. E o filhote antes rejeitado e infeliz, vem e mama, mama, mama desesperadamente feliz. E enquanto ele mama e a música continua, a câmara mostra em primeiro plano que lágrimas desbordam umas após outras dos olhos da mãe camela, dando sinais de que a natureza se reencontrou a si mesma, a rejeição foi superada, o afeto reuniu num todo amoroso os apartados elementos.
Nós, humanos, na plateia, olhamos aquilo estarrecidos. Maravilhados. Os mongóis na cena constatam apenas mais um exercício de sua milenar sabedoria. E nós que perdemos o contato com o micro e o macrocosmos ficamos bestificados com nossa ignorância de coisas tão simples e essenciais.
Bem que os antigos falavam da terapêutica musical. Casos de instrumentos que abrandavam a fúria, curavam a surdez, a hipocondria e saravam até a mania de perseguição.
Bem que o pensamento místico hindu dizia que a vida se consubstancia no universo com o primeiro som audível – um ré bemol – e que a palavra só surgiria mais tarde.
Bem que os pitagóricos, na Grécia, sustentavam que o universo era uma partitura musical, que o intervalo musical entre a Terra e a Lua era de um tom e que o cosmos era regido pela harmonia das esferas.
Os primitivos na Mongólia sabem disto. Os camelos também. Mas nós, os pós-modernos cultivamos a rejeição, a ruptura e o ruído.

Haja professor de música para consertar isto.”

Tecnologias dentro da sala de aula.

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A tecnologia sempre me fascinou, e fico feliz que a tecnologia musical é bastante avançada.

Houve época que ouvia que a tecnologia substituiria o professor de música, na época achava um bobagem, hoje vejo que até é possível, mas existe uma coisa muito importante paraque isso realmente vire realidade, o aluno tem que superar sua situação de al

Sala de Aula

uno.

Existe muitas ferramentas para você aprender sozinho, a internet possuiu infinitas maneiras, mas elas mais fomentam a necessidade de um professor do que eliminam essa necessidade, porque o aluno ainda precisa de alguém para avaliar se o conteúdo foi aprendido e então ele estará apto para o próximo passo. Aprender exige repetição e não pode ser seletivo no que deseja aprender, ainda bem que existe o professor.

A tecnologia facilitou a vida do músico e do professor e hoje posso dar aulas com uma orquestra junto comigo, ou uma banda de jazz. Posso gerar partituras de acordo com a necessidade do aluno e ainda fazer com que o aluno conheça as melhores performances da música escolhida para seu repertório.

Vou descrever a minha sala de aula ideal e alguns desses equipamento eu já possou em todas as aulas e alguns ainda dependo de investimentos:

1 – Um piano, de boa qualidade e afinado.

2 – Um teclado eletrônico com bons recursos de arranjador, quando não é possivel substituo ele por softwares o Band in Box em um PC ou o Chorbot no Iphone. Esses equipamentos serão a banda de acompanhamento para meu aluno, criando um noção de pulso fixo que nunca um metronomo obteve com tanta simpatia.

3 – Um bom equipamento de som, de preferência que valorize o maior número de frequencias, principalmente os graves, fazendo o aluno a prestar atenção nos bumbos da bateira e nas marcações ritmicas do contrabaixo. Nesse equipamento é onde fica conectado o PC ou o Iphone.

4 – Um computador, dentro da minha realidade ainda um PC, pois tenho alunos que possuem Mac e as ferramentas da Apple como o GarageBand são ótimas, principalmente usando em gravações de audio. Esse computador deve estar concectado a Internet para que eu tenha acesso a videos do Youtube, ou para conseguir partituras online como no Cifraclube e Cifras. Também gosto de acessar o http://www.teoria.com, onde o aluno aprender a exercitar a teoria musical de forma agradavel.  Ainda é importante ter no HD, os CD que acompanham o método dos alunos, uma infinita quantidade de músicas (audio) partituras (.enc, .mus, .pdf).

Os softwares essenciais para ter nesse computador são: Finalle, Encore, Band in Box, Adobe Reader, Multiplayer com possibilidades de trocar tonalidade e diminuir velocidade da música sem perder por dem

Iphone e as Aulas de Música

ais a qualidade sonora.

5 – Na falta de um computador desktop em sala de aula, acabava usando um notebook, mas acabei substituindo por um Iphone.

Parece um luxo, mas digo que é um ferramenta essencial principalmente para professores que dão aulas particulares. Porque nem sempre na casa do aluno você encontra computador e teclado próximo ao piano. E mais dificil ainda você ter disponivel internet para as pesquisas de última hora.

O investimento é alto com o preço do aparelho e disponibilizar uma internet ilimitada, mas acho que de todas as áreas é o professor de música que mais aproveita as funcionalidades do Iphone.

Nele  uso certos Apps essenciais: Metrônomo, Chordbot, Slow Down Musi Player, Multi Track, e alguns apps de jogos musicais onde o aluno pode jogar treinando leitura de notas, armadura de clave, formação de acordes, formação de escalas e percepção musical. Essencial ter um caixa amplificada portatil para que possa ser usado com eficiência. Mas é um plus que a tecnologia de ponta coloca a disposição e eu digo que vale o investimento.

6 – Instrumentos diverso, onde possamos mostrar ao aluno como funciona outros instrumentos musicais em relação ao piano.

7 – Uma estrutura agradavel, confortavel e com boa iluminação.

8 – E o mais importante de tudo um aluno interessado e disciplinado nos estudos e um professor bem preparado.

Férias?!?… ainda, depois…

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Nada melhor depois de um ano intenso, férias!

Por enquanto é Férias, mas daqui a pouco...

A cada ano que passa o trabalho musical se torna cada vez mais profissional. As escolas de música de outrora eram amadoras, não tinham uma administração profissional e penavam para sobreviver. Em tempos de concorrência muitas delas se tornaram empresas e aquelas que resistiram muitas fecharam as portas.

O professore de música também cada vez mais se torna um profissional, e aquelas frases de outrora que músico era boa vida, vai se acabando.

Nem tudo é maravilha quando se profissionaliza algo que parecia tão romântico e tão bonito, pode se criar uma decepção em relação aos conceitos de arte. Tocar e ensinar o músico e professor profissional, faz muito bem. O problema está em profissionalizar a sua profissão.

Profissionalizar quer dizer transformar tudo que era feito “com amor” e de maneira informal em algo que tenha: Metas, Estratégias, Organização, Planejamento, Expansão, Qualidade, Controle de Custo, Produtividade, Lucratividade. Nenhuma dessas palavras fez parte da minha (e acho que de nenhum músico) formação musical nem quando criança, nem na Universidade.

Como que da noite para o dia um Músico Profissional, um Professor de Música, profissionaliza seu trabalho, não é nada fácil e sem técnicas, estudo e formação não se chega nesses patamares.

Vejo muitos Músicos Profissionais de alta qualidade que não conseguem administrar o seu trabalho, nem como músico e muitas vezes nem como professor.

O SEBRAE é um bom caminho pra começar essas mudanças, mas mesmo com toda a didática que seus cursos tenham, essas técnicas demoram muito para se tornarem aplicadas no nosso dia-a-dia, as vezes muitas vezes porque temos que abrir mão de conceitos que acreditamos para que o profissionalismo se torne real em nossas vidas.

Aquelas palavras acima são avessas ao dia-a-dia de nós músicos e temos que aprender aos poucos, muitas vezes apreendendo com os erros. E os que não aderem não conseguem entender o que está errado no seu trabalho, muitas vezes acham que o problema é somente de que as pessoas não querem mais aprender como antigamente, criando desculpas para não aderirem ao profissionalismo da sua profissão.

Aqueles que procuram aprender essa técnicas de administração se tornam empresários de si mesmo.

E começam a enxergar o trabalho que realizavam como um mercado, um mercado que está em expansão e crescimento e precisa de profissionais a altura de suas exigências.

Por isso a cada ano fica mais complicado administrar o trabalho, pois esse despreparo técnico nos estressa muito mais do que dar nossas aulas ou tocar, e aqueles que já alcançaram tudo isso vão colhendo os frutos, mas ficando com umas canseira mental intensa para compensar o tempo perdido.

Estava falando de férias e acabei falando de trabalho, agora trabalho não, estou ainda em férias e férias é pra descansar, até mais pessoal.

Como é a relação de quem aprende e de quem ensina em música?

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Conhecer é retirar as vendas

 

Percebo muitas formas de relação entre aluno e professor nas aulas de instrumento musical e vou citar algumas que consigo descrever, não quero fazer nessa juízo de valores, mas dividir essa percepção com vocês e deixar o julgamento para quem deseja julgar valores.

Nesses meus anos de experiência como professor já passei por muitas situações e todas elas somaram naquilo que sou hoje. Importante é para o professor identificar que tipo de aluno está começando a suas aulas e para onde quero levar esse aluno. Para o aluno identificar como é o seu professor e como descrever aquilo que desejo para as minhas aulas. Já vi alunos de todas as idades criarem um jogo nessa relação professor e aluno, onde muitas vezes pode ser benéfico ou prejudicial a ambos.

Relação de prestação de serviço:

Essa é uma relação totalmente descomprometida, capitalizada e muito comum em alunos ou pais que tem a percepção de um curso de instrumento musical muito ligado ao pagamento das aulas. O lema é eu pago você recebe e ninguém me cobra, os resultados devem aparecer rápido para que eu continue a pagar. Nem o professor e nem o aluno assumem um comprometimento em relação as aulas de forma pedagógica, mas sim de prestar um bom serviço de qualidade, sem faltas, sem frustrações. O aluno quer pagar o serviço e no final quer ver os resultados de custo beneficio das aulas. Muitas vezes nessa relação o professor no caso é quem recebe ordens e o aluno é aquele que decide o que deseja fazer, não dando importância as orientações do ser professor. Se não for assim a matricula é trancada sem nenhum critério pedagógico, tudo muito focado a uma qualquer prestação do serviço, onde o contratante e o contratado só tem foco no produto final.

Relação de amigos:

Professor e aluno formam uma relação de amizade e as aulas se tornam um encontro, (já ouvi aluno perguntando se poderia trazer cerveja para aula) onde o professor agrada seu amigo e o aluno também faz o mesmo. Existe algum ganho, mas também é uma relação sem muitas cobranças e essa é uma relação onde sempre alguém sai chateado com o outro. Quando a amizade se desfaz acabam as aulas. Existe nessa relação muita chantagem emocional onde a moeda de troca é o sentimento, a amizade. Muito comum em aluno adulto e que faz das aulas de música um momento de entretenimento, um lazer.

Relação tradicional professor e aluno:

O professor é quem ensina, e o aluno é quem aprende, parece obvio, funciona muito bem, pois traz o modelo de escola onde aprender e ensinar é algo positivo e todos saem ganhando de um forma madura, fica muito ligado no ensino da música de forma complementar na educação, o aluno faz a sua parte estudando e o professor recebe a responsabilidade de ensinar, muitas vezes elaborando novas metodologias e materiais didáticos, esse é um modelo que funciona na grande maioria das aulas de instrumento musical. O foco é o aprendizado com plano de aula bem elaborado e material didático organizado.

Relação mestre e discípulo:

Cada vez mais rara no meu ver nos dias de hoje, mas muito comum quando o professor é um grande instrumentista ou músico de renome. Essa relação entre mestre e discípulo, parece algo arcaico, da Grécia antiga, mas é a única relação no meu ver onde o aluno se entrega ao aprendizado com a máxima dedicação, com foco em sugar todo o conhecimento do seu mestre. A entrega do aluno, a admiração, para com seu mestre onde ele é o modelo por onde o discípulo quer trilhar. Quando o professor se coloca na situação de mestre vê no seu discípulo o futuro, aonde seus conhecimentos estarão depositados e ali serão fielmente seguidos. É a relação onde a música se torna arte novamente e ambos, mestre e discípulo se tornam veículos dessa arte. Existe um problema aqui muitas vezes quando o professor por ter um trabalho como músico, acaba pecando na didática, na metodologia, mas isso é superado pelo grande esforço do discípulo. Nessa situação vejo muitas vezes nascer discípulos que realmente serão grandes músicos.

É uma forma simplista em explicar o complexo. Muitas não é uma escolha, acontece devido a inúmeros fatores e a realidade que cada um esta vivendo .

Não posso dizer que uma ou outra relação esta mais certa ou errada, mas que são modelos que encontrei em minha vida profissional como professor e coordenador pedagógico, mas também devem haver modelos ou mistura entre uma relação e outra.

Importante que quando entendemos essas relações podemos ter uma visão melhor da aula como aluno ou professor e poder alcançar os objetivos desejados de uma forma madura e inteligente.

Comente sobre como é a sua relação nas aulas de música.

 

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